quarta-feira, 5 de março de 2008

“Percepção”: adote essa idéia

O antigo, mas sempre válido, “conhece-te a ti mesmo” é a melhor ferramenta para lidar com o próximo, além de ser uma excelente medida de amadurecimento pessoal.
Um dos obstáculos à saúde emocional do ser humano na atualidade tem sido a dificuldade nos relacionamentos. Reclama-se que a incompreensão, a falsidade, o descaso e a falta de aceitação faz com que as pessoas se isolem e evitem relacionamentos, já que se expor pode significar sofrimento.
Infelizmente, poucos atentam para o fato de que existe algo que antecede o ato de se comunicar e de se relacionar: a “percepção”.
O modo como somos, os paradigmas, as crenças, os valores, o nosso estado emocional e as nossas intenções, formam uma lente através da qual vemos o mundo e as coisas que nele estão. Isso significa que é a nossa percepção que determina a nossa visão das pessoas e das situações.
Muitas vezes confundimos “pensar” com “sentir”, e então baseamos nossa percepção nos estímulos externos. Quando uma pessoa se sente insegura e incapaz, é movida por uma sensação de que o outro a ameaça e a julga o tempo todo. Como não percebe a sutileza das diferenças individuais, passa a se comparar e, ao invés de se sentir diferente, pensa que é inferior.
Reconhecer quem eu sou, como falo, ouço, me relaciono, como conduzo as minhas ações no mundo, como reajo diante do outro, diante dos desafios, diante do novo, diante do inesperado, é, por si só, um processo de amadurecimento capaz de nos fazer ver nossas próprias limitações.
Reconhecer como o outro é, no que ele é semelhante e no que ele é diferente de nós, no que ele é meu espelho e no que ele não é, amplia a visão de mundo, de ser humano, de vida, de trabalho, de sociedade, e isto deve anteceder a qualquer outra ação para o desenvolvimento da dimensão interpessoal.
A segurança e a capacidade, por exemplo, vêm do esforço de vencer os medos, as dúvidas, os obstáculos, e perceber que a motivação interna é a única capaz de nos tornar adaptados e aí permitir que os sentimentos, não mais os pensamentos, sejam a base dos nossos relacionamentos.