segunda-feira, 31 de março de 2008

Como você diz


sexta-feira, 28 de março de 2008

Bicho livre


quarta-feira, 26 de março de 2008

Lisonja

Somente os desprevenidos se deixam levar pela lisonja. Esta, qual serpente, sorrateiramente procura possíveis vítimas. A picada da serpente atinge o organismo e a lisonja o espírito. Ambas precisam, pois, serem evitadas para não prejudicar a pessoa, de vez que a caminhada desta tem que ser livre desses perigos. Fora da lisonja a pessoa está livre da vaidade, que, como aquela, desfigura a criatura, tornando-a fútil.

segunda-feira, 24 de março de 2008

De braços abertos (Lucilene Machado)

Quando eu era criança, achava todos os domingos alegres. Talvez o fato não se deve à infância, mas aos hábitos comuns de uma cidade pequena. Almoço na casa da avó era coisa sagrada. Comia salada de agrião com guardanapo no pescoço. Aqueles talos enormes esbarrando no nariz, vinagre penetrando nos olhos... agrião apanhado na horta sem agrotóxicos. E eu nem sabia da existência dessa palavra esdrúxula. Sabia que havia um espantalho de braços abertos cuidando das verduras. Para mim era um santo como aqueles das igrejas. Todos os homens com braços abertos eram santos. E minha avó sabia construir santos. Devia se inspirar em meu avô que abria os braços para que eu corresse a seu encontro. E eu morria de medo que um dia ele se petrificasse numa estátua de cartão-postal. Deus amava os homens bons e um dia viria buscá-los para si. Homens bons eram transformados em anjos e ajudavam Deus a cuidar do mundo. O espantalho era um anjo de Deus e devia dormir no esquecimento de alguma menina grande. Era esse um dos argumentos que eu usava para conversar com aquele boneco de pano. Também lhe oferecia teorias, explicações e revelações surpreendentes sobre a parte feminina. Transferia para ele a lealdade dos homens que nem sempre foi real.
Mas é tolice lamentar essa realidade de homens não leais. Não se pode fechar o coração em razão de uma minoria. Ou seria maioria? Não posso dizer ao certo, sei apenas que os homens de braços abertos me salvaram de um coração de gelo. E continuam salvando. Eles existem e estão bem aí, embaixo do nosso nariz. Basta reparar. Sei, às vezes é difícil essa percepção porque eles assumem formas inesperadas, infantis e até misteriosas. E não estamos acostumadas a isso. Vemos a fachada, se ela não agrada desistimos de descobrir o que vai dentro. É trabalhoso conhecer o homem que está dentro do homem. Até porque, foram muitas as vezes que descemos à profundeza e não encontramos nada além de pura escuridão.
Não é necessário mais que uma frustração para que a mulher radicalize e torne-se negligente na arte de procurar pistas. Mas, como a vida não nos deixa de instigar, lá vamos nós, corremos léguas à procura de uma pista no meio das trevas. Seguimos o primeiro indício de caminho. Pode ser um ruflar de asas ou um fio de luz. E, de repente, estamos diante de uma grande floresta. Árvores com raízes profundas. Espécies que não se deixam levar por qualquer vento. Uma floresta onde se encontra e se perde toda a sabedoria do mundo. Tudo depende da nossa capacidade de percepção. Não convém arriscar?
Hoje quando vi um espantalho numa horta vizinha, não pude deixar de ficar contente. O museu de pano da memória trouxe à tona a imagem de homens poderosos. Homens de coração limpo e braços abertos. Homens feitos à imagem de Deus e que, muitas vezes, se deixaram crucificar por amor. Poesia? Esses versos vão anoitecer comigo. Versos que eu sei de cor. Também sei de cor tantos nomes, tantas lutas... e ainda, por muito tempo, continuarei a conversar com espantalhos e a acreditar nos homens.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Uma bela amizade




segunda-feira, 17 de março de 2008

E se Outro for melhor?

Como a água flui em direção ao oceano, como o vapor se ergue em direção ao céu, como o Sol é quente e a Lua é fria, assim é a liberdade para um ser autêntico. Portanto, se mantivermos a consciência tranqüila auxiliaremos melhor nossos semelhantes, quanto pudermos e sempre que possível. A caridade é o processo de somar alegrias, diminuir males, multiplicar esperanças e dividir a felicidade para que na Terra se realize a condição do esperado Reino.
A liberdade é uma conquista. Uma conquista diária, à custa de cada ato, de cada ação, de cada pensamento. A liberdade de decisão é a única coisa que nos diferencia dos animais. O ser humano é quem dirige sua própria vida, é ele quem age, é ele quem decide sobre si mesmo.
Todo ser, dotado de razão, tem que encontrar seu próprio caminho para justificar a sua própria racionalidade. Por isso devemos manter razoável distância para que cada um decida por si, com inteira liberdade.
É claro, podemos dividir com os outros as tensões e cargas emocionais que os impedem de decidir tranqüilamente. O ser humano não precisa do outro para decidir. A decisão sempre foi assunto pessoal. Sob tensão, o ser humano precisa do outro, mas precisa como um “pára-raio”, que canaliza a agitação para harmonia, não de alguém que decida por ele. Cada ser humano sabe o que é melhor para si. Não necessita de conselhos, nem de opiniões, necessita de alguém, que calado ouça, que discreto cale, que amoroso não se escandalize. Por isso:
Não dê conselhos.
Não opine sobre o outro.
Simplesmente, ouça.
Não crie dependência.
Seja discreto no relacionamento.
Dê amizade e,
Finalmente: Não se julgue “mais”, por ouvir alguém. Talvez o melhor seja ele, o outro.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Sinceridade


quarta-feira, 12 de março de 2008

Meinka


segunda-feira, 10 de março de 2008

Outros rumos


Imprevidente é o barqueiro que, navegando em rio tortuoso e de forte correnteza, mesmo ciente de que mais adiante as águas se precipitarão de grande altura, formando cachoeira, não procura a margem do rio para se salvar e ao seu barco. Assim acontece com aqueles que, certos de que estão seguindo o caminho pelas ruas da maldade e da violência, não procuram outros rumos para salvar sua vida, seu espírito. Navegando em meio da violência, a pessoa poderá ferir-se corporal e espiritualmente. Cabe a ela, tal como os barqueiros, evitar o precipício, não caindo pela cachoeira e na escuridão.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Como viver (Peter Gott)

Os que pretendem usar a força física ao invés das palavras mostram bem que estão distanciados do Cristo, que foi perdão e amor; os que usam da palavra para iludir seus semelhantes igualmente estão distanciados de Jesus; os que se aproveitam de posições superiores ou de bens materiais para espezinhar seus semelhantes ou tirar vantagens estarão ainda em piores condições, pois longe deverão estar dos espíritos de luz, da fraternidade, que, afinal, foi o primeiro passo dado pelo Mestre para unir a humanidade. Cada pessoa é responsável pelos seus atos e por isso só ela fará suas próprias dívidas.

quarta-feira, 5 de março de 2008

“Percepção”: adote essa idéia

O antigo, mas sempre válido, “conhece-te a ti mesmo” é a melhor ferramenta para lidar com o próximo, além de ser uma excelente medida de amadurecimento pessoal.
Um dos obstáculos à saúde emocional do ser humano na atualidade tem sido a dificuldade nos relacionamentos. Reclama-se que a incompreensão, a falsidade, o descaso e a falta de aceitação faz com que as pessoas se isolem e evitem relacionamentos, já que se expor pode significar sofrimento.
Infelizmente, poucos atentam para o fato de que existe algo que antecede o ato de se comunicar e de se relacionar: a “percepção”.
O modo como somos, os paradigmas, as crenças, os valores, o nosso estado emocional e as nossas intenções, formam uma lente através da qual vemos o mundo e as coisas que nele estão. Isso significa que é a nossa percepção que determina a nossa visão das pessoas e das situações.
Muitas vezes confundimos “pensar” com “sentir”, e então baseamos nossa percepção nos estímulos externos. Quando uma pessoa se sente insegura e incapaz, é movida por uma sensação de que o outro a ameaça e a julga o tempo todo. Como não percebe a sutileza das diferenças individuais, passa a se comparar e, ao invés de se sentir diferente, pensa que é inferior.
Reconhecer quem eu sou, como falo, ouço, me relaciono, como conduzo as minhas ações no mundo, como reajo diante do outro, diante dos desafios, diante do novo, diante do inesperado, é, por si só, um processo de amadurecimento capaz de nos fazer ver nossas próprias limitações.
Reconhecer como o outro é, no que ele é semelhante e no que ele é diferente de nós, no que ele é meu espelho e no que ele não é, amplia a visão de mundo, de ser humano, de vida, de trabalho, de sociedade, e isto deve anteceder a qualquer outra ação para o desenvolvimento da dimensão interpessoal.
A segurança e a capacidade, por exemplo, vêm do esforço de vencer os medos, as dúvidas, os obstáculos, e perceber que a motivação interna é a única capaz de nos tornar adaptados e aí permitir que os sentimentos, não mais os pensamentos, sejam a base dos nossos relacionamentos.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Falando de vida

A convivência com as mais variadas espécies de leis, ensinamentos, chavões, educação, critérios, às vezes contrastantes entre certo e errado, religião e posições de defesa; nos obriga a criar em nossos hábitos e pensamentos, máscaras das mais variadas espécies. Máscaras que somos levados a usar no decorrer do cotidiano, acumulando-se umas às outras até esconder completamente o que somos efetivamente.
A aceitação incondicional é o traço mais expressivo do amor verdadeiro e é dessa forma que todo mundo busca ser amado.
Cada pessoa possui uma personalidade que lhe é peculiar. A complexidade do código genético também nos faz diferentes. Por isso, a experiência humana é altamente pessoal e cada um de nós sente a vida de forma única. E por esse motivo, é um ato de amor respeitar a individualidade alheia, aceitando sem interferir, sem direcionar o processo, muitas vezes árduo do outro vir-a-ser.
Os sanatórios estão repletos de pessoas que tiveram suas vidas "estranguladas” pela impossibilidade de serem elas mesmas. O julgamento, o rótulo, o preconceito limitam, inibem o crescimento e “estrangulam” vidas.
Devemos procurar criar sempre a nossa volta, um nível de ameaça zero, de total abertura para que o ser possa, efetivamente, expressar-se com liberdade. Quando permitimos que a outra pessoa se revele, estamos ativando as potencialidades inerentes do ser e contribuindo, concomitantemente, para a formação de uma sociedade mais saudável, mais feliz e mais humana porque tudo acontece a partir de nós mesmos.
Assim como uma semente contém, dentro de si, impulso para se tornar uma árvore, também qualquer ser humano é impelido a tornar-se uma pessoa total, autêntica e feliz.
Podemos ser facilitadores, dentro dessa proposta de vida, para que a vida em toda a sua plenitude se expresse; é somente dar as condições necessárias – deixar ser – é um bom começo. E não se espante se a pessoa mais feliz for você !

domingo, 2 de março de 2008

Problemas