quarta-feira, 3 de março de 2010

Orientar ou impor?

“Nunca devemos obrigar quem quer que seja a seguir esta ou aquela direção, porque é inútil. Aqueles que estão fechados, que são obtusos, devemos deixá-los sossegados. Entretanto, existem pessoas que utilizam todos os meios de que dispõem para obrigar a seguir o rumo que elas desejam, ao passo que deveriam saber que não tem o direito de violentar as pessoas, falar-lhes, dar-lhes explicações, orar por elas, muito simplesmente. Se as pessoas quiserem escolher o inferno, deve-se explicar aquilo que as espera, mas não as impedir de o fazer. Aquelas pessoas que querem destruir-se têm esse direito, ninguém pode impedi-las, nem sequer Deus; a prova é que Ele deixa as pessoas fazerem todas as loucuras que querem e bater com a cabeça nas paredes. Que quereis? Ele respeita a sua liberdade.
Enquanto os humanos não tiverem sofrido, enquanto eles não tiverem compreendido nada, será pior. É preciso, pois, deixá-los sofrer um pouco, para eles tomarem consciência de que devem tornar-se sensatos e desenvolver o seu discernimento. Se removerdes sempre os obstáculos do seu caminho, eles nunca terão uma visão exata do seu estado e da sua situação, jamais apreciarão o valor das coisas, permanecerão eternamente inconscientes e ingratos.
(…)
Os humanos não conhecem as leis: passaram a vida a fazer asneiras e, quando decidem seguir outra orientação, imaginam que se pode reparar em cinco minutos os prejuízos que essas asneiras neles provocaram. Podem imaginar o que quiserem, mas infelizmente, isso é impossível. Tal como foi necessário muito tempo para se destruírem, será necessário muito tempo para se restabelecerem. Mas as pessoas são realmente, de uma ingenuidade!… Crêem que é possível repararem num instante aquilo que deformaram durante anos. E se alguém não é capaz de, num dia, transformar um ser devasso ou um criminoso num santo, ah! então, é porque ele não é um Mestre!”

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