quarta-feira, 29 de julho de 2009

A esperança

A esperança, ao contrário do que se pensa, não é algo apenas subjetivo e, portanto, sem fundamento prático (a menos que, aquilo que esperamos alcançar, seja impossível). Ela é fruto da nossa intuição, que “sabe” que o que tanto desejamos está ao alcance das nossas mãos. Apenas desconhece “como” fazer isso. Daí esse sentimento ser tão persistente e consolador. William Shakespeare escreveu, numa de suas tantas peças: “A esperança, muitas vezes, é um cão de caça sem pistas”. E é mesmo. Ou seja, ela sente o “faro” do alvo, embora não saiba onde ele se encontra. Para encontrá-lo, requer-se persistência, constância e, acima de tudo, ação. A esperança, desprovida de atos, é inócua. Não raro, é sucedida pelo desespero. Portanto, quem espera um amor, uma amizade, uma promoção ou um emprego (não importa), tem que se esmerar na sua procura. O “cão de caça” apenas fareja a pista. Compete ao caçador encontrá-la.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Pequenos


Não raro, superestimamos a capacidade dos que nos cercam, ou das personalidades que se nos tornam familiares pelos meios de comunicação, e subestimamos nosso potencial. Achamos que não somos talhados para grandes realizações e, de tanto nos apequenarmos, nos tornamos, de fato, pequenos. Todos, porém, têm sua importância no mundo. Nenhum de nós é mero espectador da vida, mas todos somos seus protagonistas, com papéis maiores ou menores, na dependência do nosso preparo, afinco e esforço. Nunca esqueço destas sábias palavras do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, herói na luta anti-apartheid, ditas num memorável discurso: “Nos perguntamos; ‘Quem sou eu para ser brilhante, talentoso e incrível?’. Na verdade, quem é você para não ser tudo isso? Bancar o pequeno não ajuda o mundo”. Não banquemos, pois, “pequenos”. Sejamos autoconfiantes e ousados, pois, potencialmente, também somos brilhantes, talentosos e incríveis.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Atos

Há quem entenda que na vida só são importantes grandes causas, obras duradouras, reflexões profundas e que essas deveriam ser nossas preocupações exclusivas, o tempo todo. Todos nossos atos, porém, dos mais rotineiros e aparentemente banais, aos grandiosos e especiais, importam. A questão está na dosagem. Ou seja, em não se perder a oportunidade de usufruir as pequenas alegrias, nem deixar de gozar instantes de ócio, sem, contudo, concentrar nosso tempo todo apenas neles. Há espaço para tudo para os que são equilibrados. Edgar Morin faz a seguinte comparação: “A vida é prosa e poesia. Prosa é o prático: alimentar-se para viver, consumir, etc. Poesia é viver na intensidade, cultivar a emoção, exaltar-se”. Claro que a exaltação a que o poeta se refere é a positiva. Não é a altercação, por qualquer motivo, com quem quer que seja, mas abrir o coração e usufruir plenamente o que nos agrada, enleva e dá prazer.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Janela da alma

domingo, 19 de julho de 2009

Relacionamento


“Um dos maiores desafios que temos, desde que tomamos consciência de nós, do mundo e das pessoas com as quais convivemos, é o do relacionamento pacífico e harmonioso com o próximo. Julgamos que os conflitos, inevitáveis (e não importa seu tamanho ou intensidade), só advêm da diferença de idéias, conceitos, gostos e pontos de vista. Na verdade, este não é o único, e nem mesmo o maior dos obstáculos para relacionamentos saudáveis, harmoniosos e duráveis. O cerne da questão está, sempre, na administração de interesses. Até instintivamente, colocamos, sempre, os nossos acima do das demais pessoas, mesmo das que amamos. Alguns (raros) conseguem vencer esse desafio e conquistam a felicidade. Outros, se não a maioria... Daí concordar com a conclusão de Alexis de Tocqueville quando afirma: “Mais que as idéias, são os interesses que separam as pessoas”. E não são?! O remédio é um só: aprendermos (e exercermos) a arte da conciliação.”

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Companheirismo (Elisabeth Salgado)


Companheirismo, qualidade difícil de se encontrar numa época em que o individualismo predomina. Acho que o mundo moderno desaprendeu o “estar com alguém” e, em seu lugar, exerce uma busca de independência na relação, para mascarar a forte necessidade de vencer a solidão...
Saber ser companheiro de alguém é uma arte que se baseia na maturidade conseguida. Maturidade que permite que se esteja junto, sem querer dominar ou ter um poder sobre o outro, que nos possibilita ser diferente de alguém e, apesar disso, aceitar e respeitar essa diferença.
Ser companheiro é saber ouvir e saber falar, é ficar disponível sem se anular, é compreender o que o outro sente para poder compartilhar a vida.
Ser companheiro é ter a coragem de abrir o coração e oferecer momentos, para que o outro me conheça e sinta confiança em se deixar conhecer também por mim.
Ser companheiro é dar as mãos sem aprisionar, ser companheiro tem muito de doação e de flexibilidade.
Como outras coisas na vida, a dualidade aqui também se faz presente: o companheirismo nasce e se desenvolve na relação, se alimenta dela e da crença de que somente convivendo é que me tornarei, antes de tudo, companheiro de mim mesmo.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Progresso pessoal


“Não raro nos queixamos da falta de progresso em nossas vidas, o que atribuímos, quase sempre, à nossa inabilidade em fazer o que é necessário para sua obtenção. Em geral, desanimamos diante do primeiro obstáculo que encontramos, achando que não estamos preparados para as grandes e difíceis tarefas que temos a executar. O mais prático e eficiente seria, contudo, em vez de nos condenarmos, nos prepararmos para encarar desafios. Mark Twain deixou-nos esta recomendação que, se posta em prática, nos possibilitará alcançar o sucesso que tanto almejamos: “O segredo de progredir é começar. O segredo de começar é dividir as tarefas árduas e complicadas em tarefas pequenas e fáceis de executar. E, depois, começar pela primeira”. Conselho simples, não é verdade? E, sobretudo, revestido do mais puro bom-senso. Que tal tentarmos vezes sem fim, em vez de nos limitarmos a queixas e auto-recriminações?!”

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Quero (Cláudio Rabello)

Quero ser o rio e não o que leva a correnteza, pois quero ser a origem e não a consequência.
Quero ser o galho que é levado no bico e não o pássaro, pois antes de ser o criador, quero ser a massa de que é feito a criatura.
Quero ser o fruto e não a semente e menos a raiz, pois quero antes de sustentar , antes de procriar, adoçar e alimentar os que serão filhos da terra.
Quero ser o que vai e não o que vem, para antes de ser a esperança no sorriso de quem chega, ser a fé na lágrima de quem parte.
Quero antes de ser múltiplo ser único, para antes de me conformar com a perpetuidade da luta não esquecer de lutar pela sobrevivência.
Quero ser o que me proponho a ser e não o que gostaria de ser,pois assim, ainda me bastará não me tornar o que definitivamente não sou.
Seria fácil querer ser a mão ingênua que sempre perdoa mas reconhecendo não ser santo, prefiro ser o que atira a pedra convicto, pois me sobrará no juízo, depois do veredicto, o papel de ao não ser perfeito, ter sido honesto com meu sentimento de revolta e justiça; e por não ter sido leviano, ter uma nova chance de me tornar melhor.
Quero ser a pergunta e não a resposta, pra nunca perder a sede de aprender e a humildade de reconhecer meu mais absoluto despreparo como ser humano.
Ah! como eu queria amar e ser amado para não sofrer o revés de, ao ser um e não ser outro, morrer por ter um amor pela metade.
Só não quero escolher entre ser o antes e o depois, pois como Deus, não teria esse delicioso e inesgotável prazer de não ter direito a escolha, mesmo a errada, essa que tenho feito nos momentos mais delicados de minha vida mas da qual, não me passa pela cabeça qualquer arrependimento. Ou passa?
Quero ser isso e não aquilo e depois aquilo e não isso para, conhecendo os dois lados da face da moeda, saber o que me caberá quando ela for lançada no espaço e não depois que ela cair no chão.
Quero viver e morrer e renascer de novo para entender que tudo que fiz é conseqüente e que com o tempo me devolverei à origem de tudo, para poder ser parte integrante da célula inteligente, responsável por tudo aquilo que de mim nascerá pelos milênios e milênios que jamais deixarão de vir.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Sonhos


Voar e revoar, reaprendendo a bordar com fios de luz e emoções cintilantes, passear nos labirintos redescobrindo saídas, reinventando as asas, as danças, os movimentos, sem temores de se dissolver no espaço ou no tempo, amar com alegria e liberdade intensa, compondo matizes em misturas de alados amores, sem medo de se perder, crescendo e sorrindo diante das diferenças, desenhar e pintar novos riscos nos sonhos bordados, revoar, revoar, revoar... (Ana Luisa Kaminski)