quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Direito dos filhos?

São muitas as almas que andam sós pela Terra. Corações que, depois de longa convivência amorosa com o cônjuge, o viram partir, rumo à Espiritualidade.
Nos primeiros dias, a saudade machuca dolorosamente. Vão-se os dias, e a criatura tenta se recompor.
Renova hábitos, estabelece uma nova rotina de vida. Afinal, agora está só.
Antes, quando chegava do trabalho, sabia que um cafezinho o esperava. A esposa, sempre atenta, conhecia-lhe todos os horários e desejos.
Antes, os domingos eram recheados de alegrias. Saíam os dois, filhos crescidos e casados, a passeio.
Andavam pelo parque, iam a um restaurante, ao templo, ao cinema, ao teatro.
O retorno para casa era sempre o momento do aconchego. Do perfume da presença amada.
Agora, tudo está vazio. Parece que o próprio mobiliário perdeu o significado.
A cadeira era importante porque ali sentava o amado. A cama se fazia confortável porque ele estava ali, ao lado.
Tudo tinha significado especial. Agora, tudo está frio.
As horas se arrastam e não há muita diferença entre os dias da semana, os feriados, a hora de dormir, da refeição.
Então, um coração afetuoso se aproxima. Coloca flores na janela do coração ferido.
Tem uma conversa agradável. Também está só e sabe o que é isso. Esmera-se em ofertar o ombro para chorar a solidão, a mão para aquecer o sentimento.
A pouco e pouco, um sentimento vai brotando e amadurecendo. As duas almas almejam ficar juntas.
Desejam compartilhar aqueles momentos de amparo um ao outro, momentos em que cada qual se sente feliz, amparado.
É quase um retorno ao antes, embora não haja substituição no sentimento.
É uma nova perspectiva de vida. Um amanhecer. Um reinício.
Florescem esperanças, o sorriso volta a enfeitar o rosto, as rugas da tristeza cedem espaço.
E o casal se prepara para viver junto. Casar-se.
Nesse momento, os filhos de um e de outro se revoltam.
Ninguém substituirá nossa mãe!
Ninguém tomará o lugar de nosso pai!
E quem disse que alguém toma o lugar de alguém?
É uma outra pessoa, um outro viver.
Filhos egoístas os que assim se arvoram a impedir que o pai ou a mãe tenha uma nova oportunidade de viver com alegria.
Afinal, nas noites de solidão, eles estão com o velho pai ou se encontram em viagem com sua própria esposa e filhos?
Quando as lágrimas brotam abundantes, pela ausência tão sentida, eles estão ali para fazer companhia?
Todos os dias? Todas as horas?
Antes de ajustarem suas idas ao show, ao passeio, às férias, eles recordam de indagar se o pai ou mãe gostaria de acompanhá-los?
Ou mesmo, há lugar para ele ou ela?
Sim, eles visitam o pai ou a mãe, pela manhã do domingo, nas noites de sábado, telefonam, lancham juntos vez ou outra.
Acreditam que isso baste para quem vive só, depois de anos de aconchego matrimonial?
Que direito têm de exigir a solidão, em nome de uma pretensa fidelidade ao que partiu?
Acaso, quando eles decidiram se casar, sair do lar, alcançar vitórias na carreira, seus pais os impediram?
Não ficaram felizes com sua felicidade?
Que direito agora se arvoram os filhos de impedir que pais viúvos se consorciem, no intuito de se sentirem melhores?
Quem ama não agrilhoa, não coloca obstáculos à felicidade do outro.
Portanto, aquele que partiu, com certeza, está abençoando a alma generosa que se aproxima para auxiliar o amor que ficou na Terra.
Por isso tudo, meditemos a respeito e refaçamos nossa forma de pensar, de agir, com esses nossos queridos pais maduros, idosos, velhinhos.
Deixemo-los viver. Deixemo-los usufruir outra vez da felicidade conjugal.
E veremos, logo mais, o riso voltar à face, a alegria de viver movimentar-se nas veias, enfim, tudo voltar a ser motivo de vida.
Pensemos nisso!

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Limpeza

“Os estudantes devem prestar muita atenção a uma importante qualidade: a da limpeza, tanto externa quanto interna. Quando uma dessas está ausente, tal pessoa torna-se inútil para qualquer tarefa. As roupas que você veste, os livros que lê e o ambiente ao seu redor devem estar limpos. Essa é a limpeza externa. Em outras palavras, toda coisa material que você usa para viver deve ser mantida limpa. O corpo deve ser limpo e lavado todos os dias, ou então pode causar infecção a você e outras pessoas. Os dentes e os olhos, a comida e a bebida, tudo deve estar livre de sujeira. Então, você pode levar uma vida saudável.”

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Serviço altruísta


“Envolva-se em serviço altruísta. A recompensa virá naturalmente. Não tenha dúvidas a esse respeito. O que você empreender, faça com todo seu coração e sua plena satisfação. Essa satisfação é toda a retribuição e recompensa que você necessitará. Ela lhe conferirá grande força. Essa é a virtude que você deve cultivar. Adquira essa verdadeira riqueza. Sem bondade, todas as outras riquezas não são de nenhum proveito.”

sábado, 11 de setembro de 2010

Uma nova chance

É comum que as pessoas, quando seriamente doentes, olhem para seu passado arrependidas por tantos equívocos, por tantas oportunidades desperdiçadas.
Quase sempre admitem que gostariam que suas prioridades tivessem sido diferentes.
Elas sentem que poderiam ter utilizado mais tempo com as pessoas e com as atividades que realmente amavam, e menos tempo se preocupando com aspectos da vida que, se examinados mais profundamente, não têm real importância.
Outras, ainda, percebem que se afastaram de seus amores e de seus ideais de forma lenta, porém, quase irremediável.
Mas será necessário esperar uma situação extrema para analisar a postura diante da vida e da utilização do tempo?
Embora saibamos que a morte é uma transformação e que continuaremos a viver mesmo depois da falência de nosso corpo físico, vale a pena fazer a experiência sugerida por Richard Carlson, autor do livro "Não faça tempestade em copo d’água".
Ele sugere: imaginemo-nos em nosso próprio funeral.
Isso, segundo o autor, permitirá que consigamos olhar em retrospectiva a vida, enquanto temos oportunidades de fazer mudanças expressivas.
Além disso, tal exercício seria capaz de conceder-nos a chance de lembrar que tipo de pessoa gostaríamos de ser e quais as prioridades que realmente contam.
A respeito desse tema vale a pena lembrar a postura de Francisco de Assis.
Pouco tempo antes de sua desencarnação, Francisco, já muito doente e enfraquecido, trabalhava tranquilamente em seu jardim, quando foi interrompido por Frei Leão, um dos seus seguidores.
Frei Leão, embevecido com a figura serena do pequeno Francisco, perguntou-lhe: Paizinho - como costumeiramente o chamava - se você soubesse que iria morrer amanhã, o que você faria?
Francisco sorriu docemente e respondeu sem alterar-se: Eu continuaria a trabalhar no meu jardim.
Quantos de nós teríamos a mesma tranquilidade perante tal indagação?
Quantos teríamos, diante da certeza da morte próxima, a confiança de que estamos realmente fazendo aquilo que nos compete fazer e que nada foi relegado, abandonado, esquecido?
Francisco sabia que sua conduta não merecia reparos e que não havia nada mais, além do que ele já estava fazendo, que devesse ser realizado.
Ele demonstrou estar pleno da paz que invade apenas aqueles que têm a consciência tranquila pelo dever cumprido.
Essa análise, porém, só pode ser feita por cada um de nós, a quem compete, individualmente, saber a que viemos e se estamos atendendo e cumprindo as metas que norteiam a nossa atual existência.
Ninguém pode nos dizer o que fazer ou deixar de fazer, como, quando, e de que forma.
Trata-se de escolhas individuais cuja responsabilidade cabe a cada um de nós de maneira direta e intransferível.
Deixar para fazer esse balanço apenas quando a desencarnação se mostra próxima e inevitável, é desperdiçar as oportunidades de renovação que Deus nos oferece a cada minuto.
Além disso, independentemente da nossa atual situação, não nos é dado saber se ao amanhecer do próximo dia ainda estaremos no corpo físico.
Deus jamais desistirá de nós, mas isso não é justificativa para que protelemos por milênios a felicidade que nos é destinada desde sempre.
Pense nisso, mas pense agora.
(Com base no capítulo 21 do livro Não faça tempestade em copo d´água, de Richard Carlson)