segunda-feira, 5 de maio de 2008

Ser ou Fazer? Eis a Questão.

Que tal descobrirmos se estamos sendo ou fazendo?
Foi a partir das definições de Alexander Lowen em “Medo da Vida” sobre estas atitudes existenciais que comecei também a me questionar. Acreditem, as descobertas que fiz foram surpreendentes. Segundo ele: MODO FAZER: implica em atividades produtivas, cujo foco é o mundo exterior, o que nos rodeia. Onde predominam a vontade ou os objetivos que temos a alcançar. O mais importante são as metas estabelecidas e atingidas e não o processo em si, isto é, vale mais o que se faz e não como se faz. No fazer a atividade tem a característica de nos forçar. É quando realizamos tarefas de forma mecânica como se cumpríssemos obrigações. MODO SER: o objetivo é secundário em relação às ações, isto é, o que vale mais não é o que fazemos, mas sim como fazemos. Quando o prazer é a motivação dominante e há busca de satisfação. O foco está dirigido para o que está acontecendo na nossa interioridade; as sensações e sentimentos que vivemos durante a atividade. É quando estamos profunda e verdadeiramente envolvidos com o que fazemos. Implica em fluir.
Parece-me então que é esta a antítese que revela o nosso grande dilema enquanto seres humanos, já que somos simultaneamente Criaturas (ser) e Criadores (fazer).
Como criaturas de Deus não nos contentamos simplesmente em ser, é preciso fazermos alguma coisa, alcançar objetivos, criar algo. E em função disto acabamos passando pela vida como máquinas, repetindo mecanicamente uma série de ações, na maioria das vezes, sem sentido algum.
Por que?
Como poderíamos mudar?
É possível fazer ou produzir algo com sensações e sentimentos?
A resposta felizmente é sim, basta que a nossa ação seja tão ou mais importante que o objetivo, sendo desta maneira uma ação criativa e auto-expressiva.
Embora sejamos identificados pelo que fazemos (nossa ocupação como médico, pedreiro, professor, pai), não podemos nos tornar pessoas pelo fazer, não enquanto não estivermos nos permitindo ser ou seja continuarmos contendo nossa raiva, tristeza, medo; reprimindo nosso choro e gritos; refreando nosso amor por temermos a entrega.
Como agimos no nosso dia-a-dia, sendo ou fazendo?